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Magali Costa 06

Sobre a Psicanálise

Muitos alegando que por Sigmund Freud ser da Era Vitoriana, vêem a psicanálise como ultrapassada. Em tempos de aceleração e virtualidade, ninguém parece estar muito disponível a destinar parte de seu tempo para buscar um Analista e falar pessoalmente, sendo a relação hoje com a telinha. E o quê vamos buscar na telinha? Eis a questão! A gente vai para a telinha buscar gente. É gente procurando gente desesperadamente. Isso diz de um ‘valor’ que toma uma presença estúpida, extremamente marcante na contemporaneidade. Trata-se do valor de ‘Eros’. O deus da união, o deus dos laços. E é justamente uma inquietação, um problema relativo aos laços, que vai fundar a Psicanálise. Não à toa o divã é chamado de ‘Leito de fazer amor’. Não à toa a psicanálise é chamada de ‘Conversa sobre o mal de amor’. Portanto, nada mais atual do quê a Psicanálise e o seu revolucionário método de resolver esse conflito para aliviar o sujeito desse inexorável desamparo ao buscar o outro e ao mesmo tempo, se desencontrar dele. Eis o vertiginoso crescimento: a comunicação, o laço e o contato com o outro através das fibras óticas. Porém, tal cenário tem seus decréscimos também, uma vez que traz consigo a questão do Desamparo. Numa linha do tempo, podemos traçar as seguintes fases:

  • Idade Antiga
  • Idade Medieval
  • Idade Moderna
  • Idade Contemporânea

O mais curioso é que em cada uma dessas idades, a pergunta é:
O que irá me salvar dessa precária condição humana do desamparo?

Diante do livre arbítrio, ninguém sabe o quê fazer. Se o árbitro não fôsse livre, estariam todos sabendo o quê fazer?

A importância dessa pergunta se dá pelo fato de quê não saber o quê fazer gera angústia. Não posso fazer nada para romper com esse aprisionamento, exceto me engajar nele. Por isso, o psicanalista  Jacques Lacan diz o seguinte:

“O melhor remédio para a angústia é o desejo”.

Eis a proposta da psicanálise:  O paciente chega com a sua angústia e a análise o encaminha à posição desejante, pois o quê movimenta a vida psíquica é o desejo. Do contrário, o quê temos é a morte.